Destaques / Dúvidas Frequentes
HPV e pesquisa de subtipos
A incidência de HPV na população feminina é muito alta, entre os mais de 160 subtipos, torna-se necessário identificação dos de potencial mais oncogênicos ( de maior potencial de induzir o câncer) quando apresenta lesão confirmada em biópsia de colo vaginal na realização da colposcopia; Para dar seguimento ao tratamento mais adequado e acompanhamento.
Gestação baixo e alto risco
Esperamos sempre que a gestação se desenvolva de forma saudável, sem a necessidade de medicações até que se complete todo o período de evolução dos 9 meses sem intercorrências, o que chamamos de baixo risco; Porém em alguns casos, as pacientes já possuem alguma doença de base ou desenvolve durante a gravidez, como Hipotireoidismo, Diabetes, Cardiopatias, doenças auto-imunes e trombofilias... entre outras
Infertilidade (HSC)
Casais sãos com tentativa superior a 12 ou 15 meses, quando a mulher abaixo dos 35 anos, têm de ser submetidos a avaliação seriada de exames. Na mulher tanto hormonais séricos como FSH, LH, Prolactina, Progesterona em datas específicas, como sorológicos, investigativos para doenças trombofílicas e auto-imunes ,exames radiológicos como Ultrasson, Histerossalpingografia e procedimentos como Histeroscopia diagnóstica.
Métodos Anticoncepcionais
Devem ser escolhidos pelo método de inserção , idade, efeitos colaterais mais ou menos desejados e vontade de menstruar ou não, seguindo critérios de seleção caso a paciente apresente contra-indicações como hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, nódulos ou cistos mamários suspeitos, trombofilias ou doenças auto-imunes. Atualmente dispomos de pílulas orais, adesivos transdérmicos, anéis vaginais, injetáveis, dispositivos intra-uterinos (DIU), implantes transdérmicos e a laqueadura tubárea definitiva.
Vacinas
atualmente amplamente discutida as vacinas bivalentes(2 subtipos) e tetravalentes(4 subtipos) indicadas para prevenção de HPV, estimulando a imunidade aos subtipos mais oncogênicos prevalentes na população feminina. Indicadas nas mulheres entre 9 e 16 anos de acordo com o Ministério da Saúde, principalmente anterior ao inicio da vida sexual; Porém na prática de consultório esta faixa etária acaba por ser ampliada pela ampla requisição. Ministradas em 3 doses no total.
Queda de Libido
tema amplamente explorado durante as consultas surge como queixa super freqüente nos dias atuais. Na verdade as mulheres procuram sempre uma pílula mágica mas devemos abordar holisticamente o assunto. Deve-se falar sobre a auto-estima, o trabalho, a necessidade de atividade física, o estado de espírito, alimentação, até chegarmos na abordagem do erótica do clima entre os cônjuges, a sensualidade da abordagem e jogos salutares provocativos, alem do uso de roupas íntimas interessantes e artigos auxiliares de sexy shop; Portanto assunto tão extenso que caracteriza sub especialidade em Ginecologia. Pode-se auxiliar numa fase seguinte a administração de pílulas, géis, sprays ou tablets solúveis sublinguais com precursores hormonais ou microdosagem de hormônio. Implantes subcutâneos estão em alta sendo amplamente utilizados. Todos eles sempre seguindo triagem e acompanhamento.
Corrimentos Vaginais
segunda queixa mais comum na rotina do consultório; tema abordado com relativo constrangimento pela paciente. O ambiente vaginal é ricamente colonizado por flora de microorganismos respeitando uma relação de comensalismo com o corpo. Vamos imaginar uma balança onde de um lado pende a Imunidade da paciente e de outro o potencial de crescimento dessa biota; o que acontece é que na maioria dos casos a balança pende para o lado de queda da imunidade e assim abre caminho ao crescimento desenfreado de alguns microorganismos. Secreção “ natosa”, esbranquiçada, espessa, “grudenta”, sem odor, podendo ou não estar associada à coceira vaginal e vermelhidão , são característica de fundo fúngico. Quando amarelada, odor aumentado, podendo piorar após relação sexual, freqüentemente manchando a calcinha, pensamos em fundo bacteriano. Normalmente apresenta-se na forma mista ou fúngica pela Cândida sp resistente. Na maioria dos casos não são transmissíveis sexualmente e o parceiro só apresentará lesão se sua imunidade estar comprometida.
Endometriose
Considerada doença feminina do século, incide na mulher adulta com intensa correlação ao stress acumulado perante a inserção da mulher no mercado de trabalho. Com etiologia incerta, algumas teorias como da menstruação retrógrada e metaplasia celômica são aceitas. Fato é que representa doença insidiosa entre 30 e 40 anos e grande parte das vezes silenciosa; ou seja nas pacientes que menstruaram por muitos anos. A paciente cursa com cólicas cada vez mais freqüentes e progressivas na intensidade. Com o evoluir do grau, que pode ir de I a IV, ocorre a cronificação da dor e irradiação para outros órgãos, sugerindo comprometimento destes. A suspeita é clinica, complementada com exames radiológicos e séricos, e o diagnóstico é realizado somente através da cirurgia ( vídeo) e confirmação anátomo-patológica da amostra tecidual. A grande preocupação das pacientes encontra-se na perda do potencial reprodutivo.
Perda de Urina
freqüente após os 40anos em multíparas de parto normal pelo afrouxamento fisiológico, por estiramento das fibras musculares, do assoalho pélvico e Peri uretral. A paciente passa a perder urina aos pequenos esforços como tossir, realizar movimentos de esforço abdominal como agachar, relação sexual,.... Deve-se investigar a existência de infecção urinária e existência de efeito colateral pelo uso de medicamentos anti-depressivos. A adequada avaliação contempla a realização do Estudo Urodinâmico para correta definição e indicação de correção cirúrgica; Atualmente utiliza-se a inserção de um Sling Sintético vaginal com resultados ótimos. Podemos sempre associar reposição hormonal local, para as pacientes de mais idade, através de gel para melhorar o tônus do esfíncter uretral com saída no intróito vaginal; Fisioterapia e aplicação de laser, como técnica mais atual, são muito úteis.
Ovários Policísticos (SOP)
Calcula-se que afeta 20% das mulheres durante a fase de vida reprodutiva. É um distúrbio que interfere na ovulação devido ao desequilíbrio hormonal que leva geralmente à formação de cistos, geralmente permanecem e não desaparecem como comumente deveriam a cada ciclo menstrual ou em torno de sessenta dias; São freqüentemente achados na rotina de consultório. Nestas pacientes, esses cistos permanecem e modificam a estrutura ovariana, tornando o órgão até três vezes maior que o tamanho normal. A disfunção pode levar ao aumento de hormônios androgênicos com efeitos masculinizantes não desejados como aumento da pilificação e em face e colo, pigmentação de algumas áreas e oleosidade da pele.. A ovulação ocorre de forma irregular e menos freqüente, fator de preocupação quando se fala em fertilidade. O uso de anticoncepcionais nestas pacientes é indicado para que o eixo permaneça bloqueado e o distúrbio temporariamente compensado, mesmo porque os trabalhos científicos mais atuais mostram claramente risco aumentado destas em apresentarem doenças cardio-vasculares ou desenvolvimento de Diabetes no futuro.
Nódulos (caroços) de mama
O auto exame das mamas pela paciente deve ser estimulado ao menos uma vez ao mês. Ensina-se como palpar as mamas e identificar prováveis nodulações principalmente em topografia de cadeias axilares e infra-claviculares de linfonodos. O ultrassom mamário é o exame mais realizado na rotina ginecológica anual , indicado para mulheres a partir dos 25 anos até seus 45 quando sua mama ainda apresenta densidade mamária significativa. Como o passar dos anos, principalmente após a menopausa quando entra no climatério, ocorre o mecanismo fisiológico de lipossubstituição, diminuindo essa densidade pelo acumulo de gordura no lugar das glândulas, elegendo assim a Mamografia como principal exame, de preferência digital. As alterações mamárias costumam ser achados de exame e não representam patologias dolorosas na maioria das vezes. Rotineiramente atendemos pacientes que somatizam, ou seja transformam preocupação em dor, por sentirem algo novo, ou apenas aumento da sensibilidade mamária e dor relacionada ao ciclo hormonal, e imediatamente procuram leitura em mídia simples popular, que constantemente alimenta a cultura do medo, vinculando muito ao câncer. A grande maioria das alterações são compostas de alterações fibrosas glandulares chamadas de AFBM( alterações fibrocísticas benignas de mama) acometendo mais de 50% das mulheres.
Terapia de Reposição Hormonal
Caracterizada pela falha ovariana, quando a produção hormonal cai repentinamente, principalmente do Estrogênio; Esta fase é representada pelo fim da menstruação, chamada Menopausa e início do Climatério, quando o surgimento de sinais e sintomas podem certamente alterar a qualidade de vida para mulher. No Brasil estima-se que a mulher inicia essa transição em torno dos 45 anos. Importante ser trabalhado psicologicamente este conceito certo na fisiologia feminina. Mudanças podem surgir como: Ondas de calor ou “ fogachos” dio – noturnos, queda da qualidade do sono, irritabilidade, fraqueza e indisposição, lentificação do metabolismo, facilidade de ganhar peso com maior acumulo de gordura em áreas específicas de depósito, pele seca, cabelos quebradiços, queda importante do libido, ressecamento vaginal promovendo incômodo e até dor na relação sexual. Sendo assim o profissional tem por obrigação tornar essa transição menos impactante à paciente, com foco nas suas principais queixas. Inicia-se monitoramente rigoroso da Densidade óssea, condição cardiovascular, rastreamento mamário, ovariano e endometrial Uterino, apesar do tema queda de libido e vida sexual ser amplamente abordado pelas pacientes. A reposição pode ser realizada por via oral , gel, creme vaginal, spray ou mais atual a via subcutânea por inserção de implantes. O uso de laser ginecológico surge como alternativa muito bem aceita e de ótimos resultados em poucas aplicações.